A mitologia nórdica é muito rica, e claro, o cinema sempre tentou reproduzir essa cultura incrível, e até conseguiu, mas O Homem do Norte leva o nível da representação a outro patamar. Não é preciso dizer muito para afirmar que O Homem do Norte é o melhor filme baseado na mitologia nórdica e na cultura Viking já feito.

Estrelado por Alexander Skarsgard e Anya Taylor-Joy, o filme é intenso, com cenas de tirar o fôlego do espectador. Um roteiro bem escrito por Robert e Sjón, rico em detalhes, que aprofunda nas relações de maneira simples e objetiva. Não foi necessário criar uma história fabulosa, na verdade, a simplicidade das coisas torna o longa mais acessível a todos. Sjón, inclusive, é islandês, com trabalhos já bem aclamados, como Lamb, que ganhou em Cannes em 2021.

A forma humana nesse filme se mistura as crenças das religiões mais antigas, que se cruzam ao cristianismo. Homens sentem-se como animais, agem como animais, matam como animais. Porém, os sentimentos e os erros humanos estão lá, persistindo e guiando as decisões a serem tomadas.

o homem do norte
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Atuações

A sinergia entre Skargard e Taylor-Joy é visível em tela, tanto como par romântico quanto como par de batalha. Cada qual com sua complexidade, é verdade, mas demonstra que a direção teve um cuidado em deixar bem explicito as nuanças do relacionamento dos dois desde o começo. O mesmo não acontece com Claes Bang, que apesar de ter um papel extremamente importante, não se destaca em nenhuma cena, nem mesmo nas lutas importantes.

A direção de Robert Eggers apresenta tudo o que se espera dele. O ambiente que muda de acordo com o tom, das trevas a luz, dependendo do que os personagens vivem na história. Grande acerto também nas cenas de luta, que não necessitou de grandes cortes, na verdade, em algumas cenas, o plano aberto deixou tudo muito mais natural.

Ainda falando de atuações, Nicole Kidman consegue entregar uma personagem intensa, cruel, fria, e muito bem construída. Claro, mesmo sendo uma coadjuvante, assim como de Ethan Hawke e Willem Dafoe, ela consegue fazer de pequenas aparições grandes momentos.

Efeitos Visuais

Um dos pontos altos desse longa são os efeitos visuais, mais especificamente as cenas noturnas, que tentam reproduzir o céu estrelado do norte europeu. Além disso, as cenas em que os personagens são imersos em seus pensamentos tem uma fluidez tão sútil que parece ser quase um sonho despertando.

As locações também impressionam, pela fidelidade e pela qualidade técnica. Uma história simples, com reviravoltas bem interessantes e muito sangue. O Homem do Norte cumpre exatamente o que ele se propõe a ser, um filme sobre os nórdicos, com uma pegada Viking. É de fato o filme do ano.