O velho jeito de Hollywood exaltar o exército americano é a marca registrada desse filme, e isso não é exatamente um elogio. Existem muitas produções que fazem isso de forma mais velada, porém, em O Resgate: O Dia da Redenção (2021) o centro das atenções é a velha imposição americana de que ela mesma consegue resolver os problemas do mundo (que muitas das vezes ela mesma cria). Um filme recheado de cenas preconceituosas e caricatas perante o povo Marroquino e Argelino, com uma construção baseada quase totalmente em estereótipos o filme não agrada nem pelo roteiro e menos ainda pelas cenas de ação.

O Resgate: O Dia da Redenção (2021) – Um fuzileiro naval dos EUA se infiltra em um grupo terrorista para salvar reféns americanos. Quando sua esposa é sequestrada por terroristas, um condecorado fuzileiro do exército americano embarca em uma arriscada missão para salvá-la antes que seja tarde demais.

A primeira vista o filme pode parecer interessante, cartaz bem feito, elenco com nomes conhecidos, uma história digna de Tela Quente, tudo seria lindo não fosse o fato de ser extremamente mal roteirizado e mal executado. Gary Dourdan vive o Coronel Paxton, um fuzileiro naval com sérios problemas de traumas causados pelas missões no Afeganistão e que vê sua esposa ser sequestrada em uma expedição ao Marrocos. Detalhe importante dessa história é que Paxton tinha acabado de voltar do Oriente Médio em conflito mas achou uma boa ideia enviar sua esposa para o Marrocos para trabalhar na fronteira com a Argélia. A atuação do ator é péssima, não convence e não agrada. Sua esposa Kate (Serinda Swan) vive uma vida de frustrações no trabalho e uma dedicação ao marido que não convence, entrega uma atuação mediana e totalmente sem intensidade, nem mesmo quando ela descobre que está grávida. Inclusive essa parte do filme beira a insanidade, quando o grupo terrorista argelino resolve, no meio do deserto do Saara, realizar um Ultrassom colorido na sequestrada somente para provar que ela está de fato grávida, e como se já não fosse suficientemente sem sentido, quando Paxton descobre em rede nacional que será pai, sua reação é … nenhuma.

A atuação de Serinda Swan, apesar de ser bem fraca exige dela bem mais do que de outros personagens, inclusive em uma cena de um possível estupro, que faz questão de dar close na cintura da atriz, e que logo depois dá-se a entender que na realidade fora realizado o improvável ultrassom, e uma cena que mistura mau gosto e confusão.

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Mas as piores participações recaíram sobre os atores mais “famosos” da obra, Andy Garcia Ambassador, Ernie Hudson e Martin Donovan, com papeis totalmente deslocados da realidade e sem nenhuma importância real na história. E falando de história, o roteiro não consegue progredir e não consegue agradar. Partindo de um sequestro sem sentido o roteiro resolve inserir a história uma briga petrolífera que não é explicada e não gera nenhum impacto na história.

As cenas de ação coreografadas não passam emoção principalmente pelo fato de parecerem superficiais e falsas. Os efeitos especiais poderia até passar despercebidos já que é um filme sem muito orçamento, mas o diretor Hicham Hajji fez tanta questão de usa-los que deixou o filme mentiroso e com ares de amadorismo.

E pra piorar o roteiro faz questão de ridicularizar vários grupos, desde mulçumanos a nerds, em um show de estereótipos que não se justifica. A classica escolha da lente amarelada para retratar os países menos desenvolvidos também é nítido, quando mostra o Marrocos usam-se essa lente, e quando mostram a Casa Branca usam a lente azul.

Em linhas gerais é um filme para se assistir quando não se tiver outra opção ou por pessoas com pouco senso crítico mas que gostam de alguma dose de ação e violência.