Um gênero que não é novo no cinema mas que tem ganhado força nos últimos anos é de filmes como “Sem Ar”, que explora as situações no extremo em situações. Filmes angustiantes como A Queda (2023) e 127 horas (2010) que prometem deixar os espectadores no limite da ansiedade.
Suspense claustrofóbico conta a história de duas irmãs que vão para um mergulho, em um lugar ermo, como parte de um rito que as duas mantém para não perderem o contato. A escolha é uma caverna subaquática, e a principio tudo parece ser maravilhoso, mas logo elas perceberiam que esse passeio se tornaria uma tragédia.
Angustia dá lugar a decisões simples e óbvias
Dirigido pelo diretor alemão Maximilian Erlenwein, filme exibe problema recorrente nos dias de hoje, o trailer entrega quase toda a experiência, você já chega no cinema esperando pelo óbvio. Logo no começo do filme, uma delas fica presa em uma rocha e, sem poder se mover, ficará totalmente dependente e terá que lutar por sua vida enquanto lida com um nível perigosamente baixo de oxigênio e baixa temperatura.
O filme tem uma fotografia muito interessante, porém, para olhos menos atentos pode passar despercebido que várias cenas debaixo d’agua se repetem, como se tivessem gravado uma vez e repetido em looping. Essa falta de cuidado incomoda, porque mostra um certo desprezo pelo espectador. Além disso, a tentativa de dar um toque mais intimista e pessoal a trama (como se isso fosse necessário), trazendo aspectos do passado de uma das protagonistas, não funciona. O diretor não aprofunda nessa trama, não desenvolve, ficamos sem saber quais as reais motivações de uma das irmãs está com raiva da outra.
Essa tentativa de trazer um drama paralelo para um filme que só tem 2 personagens é totalmente sem necessidade. Seria muito mais interessante colocar mais camadas dramáticas no resgate, adicionando mais perigos e mais desafios. Todos os desafios lançados se resolvem com muita facilidade, deixando a cargo somente da claustrofobia dar o tom de desespero no espectador.
Em momento algum sentimos que as protagonistas irão morrer, nem mesmo quando o oxigênio acaba. Mais uma vez bato na tecla de que “Sem Ar” não aprendeu muito com seus semelhantes do gênero.
Vale a pena assistir no cinema?
Esse é um caso muito peculiar onde eu realmente não acho que vale a pena assistir no cinema, porém, indico que seja visto no cinema. Isso porque acho que esse filme não funcionaria bem em telas menores, pois não passaria a dimensão do mar e não passaria a sensação claustrofóbica que ele gera. Então, é uma questão mesmo de se você tiver um tempo sobrando e quiser ver algo diferente, esse filme possa te agradar.
Publicado originalmente em https://geekpopnews.com.br/critica-sem-ar-2023/