O novo filme de Russell Crowe, A TEIA, é o típico filme de suspense, que num primeiro momento te faz pensar que já o assistiu dezenas de vezes, tamanha é a semelhança com vários do gênero. Entretanto, tem algo no filme que adocica e apimenta a sensação do espectador a ponto de deixar um gosto agridoce no final. É a presença de Russell Crowe que faz toda a diferença, e a sedução e mistério de Karen Gillan.
Filme tem premissa simples, mas roteiro ajuda a se destacar
No filme, Crowe interpreta Roy Freeman, um ex-detetive de homicídios que se submete a um tratamento experimental para Alzheimer. Quando um caso brutal de seu passado volta a assombrá-lo, Roy se vê obrigado a confrontar sua memória falha e embarcar em uma investigação que pode colocar sua própria vida em risco.
A história gira em torno de um condenado no corredor da morte que Roy prendeu há dez anos e que agora clama por sua inocência. Intrigado pelo caso e lutando contra os efeitos da doença, Roy busca a ajuda de seu ex-parceiro para desvendar a verdade. À medida que novas pistas são descobertas, uma teia complexa de mentiras se revela, levando Roy a questionar tudo o que ele pensava saber sobre o caso e sobre si.
Adam Coopper faz sua estreia na direção de filmes após uma carreira de sucesso com roteirista, inclusive de sucessos como “Assassin’s Creed” e “Exodus”. A TEIA explora temas como memória, culpa e redenção de forma profunda e instigante. A atuação de Russell Crowe é um dos pontos altos do filme, com o ator entregando um desempenho comovente e complexa de um homem que luta contra a perda de suas memórias e contra a busca pela verdade.
Um elenco certo faz um filme ter sucesso?
O grande acerto de Adam em sua estreia como diretor foi escolher com precisão seu elenco. Russell Crowe é um veterano do cinema, e acrescenta a trama um toque muito sútil de sua própria personalidade. Crowe tem um papel intrigante, e como o diretor resolveu representá-lo na tela eleva o suspense.
Usando quase sempre ângulos inferiores ou superiores, a câmera faz Roy hora parecer pequeno, hora grande, não em estatura, mas em sua importância dentro do longa. Ao introduzir Tommy Flanagan, que interpreta o ex-parceiro de Roy o roteiro ganha mais suspense ainda. No começo eu achei que o roteiro estava “errado”, já que ele raramente aparecia, a não ser em momentos pontuais da história, o que se justifica totalmente no final.
Agora, Karen Gillan, conhecida por interpretar Nebula nos filmes ‘Guardiões da Galáxia’, é um grande acerto na trama. Ela é quem traz a sedução e a reviravolta que a trama precisava.
A fotografia é impecável, criando uma atmosfera sombria e claustrofóbica que contribui para o clima de suspense. A trilha sonora também é bem escolhida, com músicas que complementam perfeitamente a história e as emoções dos personagens.
Vale a pena assistir?
No geral, “A Teia” é um thriller sólido e bem feito que vai agradar aos fãs do gênero. O filme conta com atuações impecáveis, direção eficiente e um clima de suspense constante. No entanto, a trama em alguns momentos se torna um pouco previsível, o que pode frustrar alguns espectadores.
Sendo assim, eu deixo aqui minha opinião de que vale sim assistir, considerando a simplicidade, mas a potência do simples em ser irresistível.